Análise Tática: Sustos e soluções na vitória do Fluminense sobre o Goiás
De fato, Fluminense e Goiás fizeram um jogo emociante na noite da última quarta-feira (20), na Serrinha. Um placar de 3 a 2, com direito a duas viradas e dois gols em dois minutos. Se ofensivamente o Tricolor demonstrou soluções contra um time mais fechado, por outro lado, a defesa apresentou falhas que precisam ser corrigidas.
Com Nino de volta e Nonato entre os titulares, Fernando Diniz repetiu a equipe que venceu seis jogos consecutivos. E assim o jogo começou de forma alucinante. Em menos de 15 minutos, os goleiros Tadeu e Fabio já haviam feito duas defesas cada.
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As duas de Fabio, aliás, vieram em dois erros recorrentes durante a partida. O Fluminense não estava conseguindo lidar com os passes longos e a bola área do Goiás. Mas esse assunto fica para depois.
Isso porque o primeiro gol tricolor demonstrou a importância de jogar compacto. Ao arrancar com a bola, o zagueiro Nino quebrou o balanço defensivo do esmeraldino. E, após passe de Nonato, André chegou a ser desarmado na entrada da área. Mas Ganso estava perto para fazer pressão e recuperar já acionando Jhon Arias.
Ganso mais uma vez merece destaque. Quando teve espaço, o camisa 10 quebrou as linhas da marcação alviverde com passes em profundidade e lançamentos.
Erros resultam em virada esmeraldina
Depois de uma solução a la Dinizismo, voltamos aos sustos. O Flu já havia quase sofrido um gol nos minutos iniciais depois de Nino errar o tempo da interceptação pelo alto e a bola chegar aos pés de Pedro Raúl. No entanto, Fabio defendou o chute que ainda resvalou no braço de Samuel Xavier.
O centroavante de 1,91m, porém, usaria a cabeça para empatar após outro erro individual. Após cruzamento de Sávio Lopes, Manoel errou na antecipação pelo alto e deixou o camisa 11 do Goiás testou para o gol.
Com o placar empatado, o Goiás voltou marcando forte na segunda etapa. O time de Jair Ventura já havia somado 10 desarmes e quatro interceptações no primeiro tempo. Enquanto que, no segundo, foram 16 e 10, respectivamente.
Fernando Diniz colocou Felipe Melo, Martinelli e Nathan em campo nos lugares de Manoel, Nonato e Matheus Martins. A entrada de Felipe e Martinelli se justifica porque os dois possuem um passe mais qualificado e poderiam quebrar as linhas da equipe goiana. Enquanto Nathan, embora menos agudo que Matheus, se movimenta entrelinhas.
Mas — seja por cansaço ou por desconcentração — o Flu diminuiu a intensidade da pressão no meio-campo. Resultado, passou a sofrer mais com os contra-ataques do Esmeraldino.
Estreia de Marrony
Além de Felipe Melo, Martinelli e Nathan, Diniz promoveu a estreia de Marrony enquanto a partida ainda estava 1 a 1. Vestindo a camisa de número 16, o atacante revelado pelo rival Vasco da Gama teve uma estreia tímida pelo Fluminense.
Atuando aberto pelo lado direito, o jogador tentou trocar passes e cortar para o meio para chutar. Foram 21 toques na bola, com 10 passes certos, dois duelos ganhos no chão e um pelo alto.
O Goiás, por outro lado, continuava a assustar nos contra-ataques. Mais lento que Manoel, o veterano Felipe Melo sofria para fazer a cobertura. O volante que entrou na zaga acabou ultrapassado por Renato Junior na velocidade, que serviu Nicolas, mas o ‘Cavani do Cerrado’ bateu para fora após a bola já ter passado por Fabio.
O camisa 9, porém, faria jus ao apelido. Depois de receber um passe em profundidade, com a defesa do Fluminense aberta, o atacante chutou forte para virar a partida para o Goiás.
Qualidade individual decide vitória do Fluminense sobre o Goiás
Com o placar de 2 a 1, o Fluminense precisava se reinventar para sair com um resultado positivo. Diante de uma defesa fechada e de uma marcação forte, o Tricolor precisava ainda mais da qualidade individual dos seus jogadores. O que ficava mais difícil sem um jogador habilidoso — como Luiz Henrique, por exemplo — ou de um notório finalizador de média distância.
Mas o Flu tem um Germán Cano. Em média, o argentino marca um gol a cada 2,2 finalizações no gol nesta edição do Brasileirão. E contra o Goiás, o camisa 14 manteve a sina. Após duas tentativas de finalização, a bola bateu e sobrou na frente para o goleador chutar firme.
Outro que usou a qualidade individual para a finalização foi Bigode. Dois minutos depois, o camisa 17 cortou para o meio e acertou um lindo chute, sem chance de defesa para Tadeu.
Com a vitória de virada, o Fluminense chega a sete jogos de invencibilidade no Brasileirão. Na terceira colocação — ainda podendo ser superado pelo Atlético-MG —, o Tricolor enfrenta o Bragantino no próximo domingo (24), em Volta Redonda.
ST