Análise Tática: o ‘Dinizismo’ que agora também sabe sofrer
Embora o placar de 3 a 0 não indique, a partida entre Cruzeiro e Fluminense foi um teste de fogo para o ‘Dinizismo’. O estilo envolvente de Fernando Diniz se baseia na troca de passes e muita movimentação. Enquanto o time mineiro do uruguaio Paulo Pezzolano — líder isolado da Série B — tem como principal característica a intensidade na marcação. Mas, mesmo fora de casa, o estilo de Fernando Diniz prevaleceu.
A partida começou à caráter do Flu. Paulo Henrique Ganso, livre, mais uma vez orquestrava o meio-campo. O camisa 10 deu dois passes-chave logo no início do jogo. No primeiro, fez um lançamento de três dedos para Matheus Martins. O camisa 37 encontrou Caio Paulista na área. O lateral improvisado tentou cortar para a canhota, mas Rafael Cabral cortou. No rebote, André carimbou a defesa e Jhon Arias bateu por cima. Já na segunda, lançou de novo Matheus Martins, mas desta vez o atacante finalizou para a defesa do goleiro cruzeirense.
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O Cruzeiro demorou a reagir, mas pouco a pouco entrou no jogo. A Raposa encontrou espaço principalmente pelo lado direito da defesa tricolor. Os avanços do lateral Matheus Bidu fizeram com que Jhon Arias tivesse menos liberdade, com o colombiano precisando recuar para marcá-lo.
A melhor chance, no entanto, viria de um cruzamento pelo outro lado. Após bola alçada na área, Vitor Leque apareceu nas costas da defesa e cabeceou para a defesa de Fábio.
Cruzeiro pressiona, mas Dinizismo se mantém
O primeiro tempo terminou com 11 desarmes e 11 interceptações do Cruzeiro, contra apenas duas de cada do Fluminense, de acordo com dados do SofaScore. O número se justifica porque o Tricolor terminou com 60% de posse de bola. Mas o time mineiro manteve a média de recuperação de bolas mesmo com uma posse mais equilibrada (51 a 49% para o Flu) na segunda etapa.
Precisando de um gol para levar a decisão para os pênaltis, o adversário voltou pressionando e disposto a recuperar a bola.
Foram 25 minutos de pressão intensa, mas com a defesa tricolor cortando. Foram 20 ao longo jogo. E, quando os defensores não conseguiam tirar, Fábio aparecia para garantir o resultado.
Mesmo recuado, o Fluminense tentava manter o ‘Dinizismo’. Quando não conseguia, forçava lançamentos longos. O treinador ainda colocou Martinelli no lugar de Nonato para tentar melhorar a saída. E, no momento que conseguiu escapar, o time de Fernando Diniz demonstrou porque o Fluminense está entre as equipes com futebol mais vistoso do país.
Ao quebrar a primeira linha de marcação, o Tricolor enfim pôde chegar tocando. De Caio Paulista para Ganso, de Ganso para Arias. O camisa 21 tabelou com o artilheiro e saiu cara-a-cara com Rafael Cabral para dar um toque sutil de cobertura. A bola triscou na mão do goleiro e bateu caprichosamente na trave antes de entrar.
No Dinizismo também tem espaço para contra-atacar
Com 1 a 0 no placar, Diniz tirou Ganso e colocou Felipe Melo. O experiente volante se notabilizou ao longo da carreira por ter um passe que quebra linhas, sobretudo o passe longo. Foi do pé do camisa 52 que nasceu a jogada do segundo gol. Cano tocou em Martinelli e se projetou na área para marcar o gol que o colocou na artilharia da Copa do Brasil, com quatro.
Por fim, ainda houve tempo Nathan, em um linda jogada individual, marcar o terceiro gol. Fechando assim o placar de 3 a 0.
Com a vitória, o Tricolor se classificou com um placar agregado de 5 a 1 contra o Cruzeiro. O Flu chega a sete jogos invicto, com seis vitórias consecutivas. O próximo compromisso do Tricolor no próximo (17) diante do São Paulo, no Morumbi.
ST