Fred se emociona após marcar no penúltimo jogo da carreira: “fiquei parecendo um menino, só sabia chorar”

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Martinelli rola para Fred que chuta forte para estufa as redes no penúltimo jogo da carreira. Era o quarto do Fluminense contra o Corinthians e o de 199 na carreira do segundo maior artilheiro da história do clube. Emocionado, o camisa 9 corre, grita, quase chora enquanto é abraçado por todos os jogadores.

Logo após a partida — e dar uma volta olímpica no Maracanã — Fred, assim como o presidente Mário Bittencourt, concedeu uma entrevista. Ainda deslumbrado com o momento, o centroavante não segurou as lágrimas.

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Fred emocionado após o gol de número 199
Fred chorou em diversos momentos da entrevista após marcar o gol no penúltimo jogo da carreira (Foto: Marcelo Gonçalves/FFC)

“De verdade, só grátidão no meu coração. Eu sempre eu sou merecedor das coisas que acontece na minha vida e eu vejo o quanto que Deus é bondoso, é gracioso. Agradecer também as pessoas que foram usadas para eu poder estar vivendo mais um momento emocionante como esse. Minha família, meus pais, meus irmãos, que me ajudaram a dar meus como homem, como atleta, os primeiros a confiar em mim”, disse

Além disso, o maior ídolo na história recente do Flu também aproveitou para declarar todo o seu amor pela torcida tricolor que compareceu em peso no Maracanã.

“Eu já falei isso um milhão de vezes e não canso de falar. Quando eu estava mais abondando, enfranquecido, no chão ou na lona, a única torcida que acreditou em mim. Eu falo isso, às vezes até quando eu não acreditei em mim, a nossa torcida acreditou, me tirou do buraco. Depois da Copa (do Brasil 2014), de 2009, que foi um título para nós. A gente estava acabado e a nossa torcida tirou a gente do chão”, completou

Agradecimento ao Fluminense no penúltimo jogo da carreira

Contratação de peso em 2009, Fred permaneceu no Time de Guerreiros até 2016. Enquanto esteve fora, o camisa 9 defendeu o Atlético-MG e Cruzeiro. Sobre o retorno ao time mineiro, aliás, o artilheiro se disse envergonhado pelo rebaixamento em 2019 e agradeceu ao Tricolor por o ter trazido de volta.

“Está se encerrando um ciclo como jogador. Antes de eu voltar para o Fluminense, eu vivia momentos, em 2019, de muita tristeza, querendo abandonar a carreira. E o Fluminense, na pessoa do Mário (Bittencourt, presidente) foi lá na roça, lá na fazenda. Na verdade eu estava me escondendo, nunca tive rebaixado. E o Mário confiou em mim, nesse projeto de reconstrução do clube. Hoje está sendo emocionante vir aqui, no meu penúltimo jogo e — com ajuda do Diniz, dos jogadores — acabar fazendo o gol, com a torcida gritando o meu nome. Se alguém fosse escrever o roteiro, não seria tão perfeito quanto esse”, afirmou

O jogador, tão acostumado a balançar as redes adversárias, também destacou a emoção de marcar um gol logo nesta reta final de carreira. Também confessou que queria realizar o sonho de subir as arquibancadas do Maraca após o apito final, mas não pôde.

“Você não viu como eu fiquei? Fiquei parecendo um menino, uma criança, só conseguia chorar. Eu tentei invadir a arquibancada, comemorar com eles, mas tinha muita criança. Fiquei com medo de causar algum acidente. Era meu sonho pedir a torcida para abrir para eu passar e não foi possível. Mas agradecer a Deus momentos na minha vida”, contou

Fred declara amor a Fernando Diniz

Fred e Fernando Diniz no penultimo jogo da carreira do centroavante
(Foto: Marcelo Gonçalves/FFC)

Além de não segurar por marcar no penúltimo jogo da carreira, Fred aproveitou para falar sobre o técnico Fernando Diniz. De acordo com o capitão, o treinador é o responsável pelo time que pratica o melhor futebol do país.

“Agradecer ao Diniz, a esse grupo que está cada dia mais está aprendendo que, para jogar no Fluminense, para ser Fluminense tem que jogar dessa forma no Maracanã ou fora de casa. Hoje nós temos o melhor futebol do Brasil. Que mais envolve o adversário, que mais faz gols, que menos sofre”, afirmou Fred.

O camisa 9 comentou sobre os métodos do comandante tricolor, que também vem sendo bastante elogiado pelos outros atletas.

“O mais legal de tudo é que eu vejo lá no dia-a-dia. Desde a chegada do Diniz, esse cara me surpreende cada vez mais. Toda distração que tem, ele seca lá na raiz e procura sempre nos deixar atento. Não achar que isso é normal. Ele veio aqui para ser campeão, tem identificação com essa torcida. Diniz, eu te amo”, completou o centroavente.

Também confessou que Diniz tentou convencê-lo a permanecer com o grupo até o fim do ano. No entanto, a diplopia (visão dupla) tem lhe atrapalhado em campo. Fred até brincou sobre “mirar” a bola do meio para finalizar.

Eu sei que você queria fazer com que eu jogasse mais seis meses e hoje eu posso falar. Eu estou com um problema nas vistas que, muitas vezes eu não entrei no jogo. E hoje Deus foi tão bom que eu pude acertar aquele chute ali. Procurei a bola do meio para chutar, a bola desviou e eu fiz o gol”, brincou o jogador.

Em busca do gol 200

Por fim, Fred garantiu que ainda vai buscar balançar as redes novamente em sua despedida, no próximo sábado (09) diante do Ceará, no Maracanã.

“Lógico. Se o Diniz me colocar dois minutos ali, eu tenho certeza que uma bolinha vai sobrar. Os ingressos se esgotaram em menos de 24 horas. A cada dia a torcida me supreende. Obrigado a todo mundo que tem me ajudado a viver uma despedida emocionate”, finalizou.

ST

 


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Lucas Meireles

Jornalista formado pela UFRRJ, apaixonado por esportes e pelas boas histórias.

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