SOB A LUZ DO REFLETOR – 3x ….Até Quando Diniz?

A última coluna foi antes da estreia no campeonato brasileiro, quando o alerta foi ligado para essa difícil competição, analisando a atuação do nosso comandante. E a coisa desandou para valer. Não pela derrota contra o Santos na, na Vila, ontem, pois o resultado até que foi, digamos, normal, mas pela insistência do treinador em vários erros já consagrados, até por aqueles que o acham imune as críticas.

Quando Diniz começou a escalar os três volantes, pela ausência do Ganso, lá no jogo contra o Santa Cruz, foi criticado de leve por aqui e por alguns torcedores, mas era um jogo fora de casa, com uma vantagem boa e até poderia ser perdoado, apesar da fragilidade do adversário.

Veio a estreia do Brasileirão contra o Goiás, no Maracanã, que seria seguida de dois jogos difíceis, Santos e Grêmio fora de casa, e Fernando Diniz resolveu manter a escalação que deu errado no Recife. Fluminense entra em campo com três volantes novamente e sendo dois deles, lentos: Bruno Silva e Airton. O primeiro já irritou a maioria dos tricolores, que pedem sua saída do time titular há algum tempo. O segundo, nosso capitão, tem experiência e técnica, pode ajudar o time, mas precisa ficar de olho porque cansa. Além dos dois Allan, na frente o inoperante Luciano, Everaldo e Yoni. O Flu dá um sono danado. Toca de lado 769 bolas por jogo (segundo o matemático que vos fala, que não tem menor paciência de contar, por isso chuta), chuta pro gol duas. A receita certa para dormir. Tirando erros de arbitragem, que podem acontecer com qualquer um, Diniz insiste nos mesmos erros nas substituições: Mantém Luciano e Bruno Silva no time e demora demais para fazer as alterações necessárias. Perdemos do Goiás. Resultado horroroso a nível de sequencia no campeonato. Horroroso!

Vem o Santos fora de casa. Diniz deve ter refletido: “Está tudo certo, estamos perdendo por erros infantis, vou manter o time que perdeu duas seguidas para os poderosos Santa Cruz e Goiás!”. E lá vamos nós com três volantes de novo, com um Bruno Silva incapaz de matar uma bola na armação das jogadas, com um Luciano inoperante, que fazia gols e agora os perde em sequência, inclusive pênaltis, com um estilo único de jogo, presa fácil para um técnico do porte do Sampaoli.

Justiça seja feita, começamos bem o jogo, com maior posse de bola, tendo as melhores oportunidades e não sendo ameaçados. Final do primeiro tempo a partida já estava mais pro lado do Santos, que subia a marcação e já complicava o Fluminense

Veio o segundo tempo e Sampaoli jogou o time lá na frente, com 5 ou 6 adversários no nosso campo, fechando quase todos nossos jogadores, mas o estilo de jogo é esse mesmo: Custe o que custar, saia jogando, nada importa, saia jogando.

Custou! Levamos dois gols em saídas de bola errada, fora uma saraivada de chances que nosso arqueiro, bem em campo, evitou com sucesso. As alterações foram acontecendo e de novo, os intocáveis Bruno Silva e Luciano, foram permanecendo em campo. Primeiro Pedro no lugar do Airton consertava o erro que ele mesmo cometeu na escalação. Depois Léo Artur no lugar do Yoni, que novamente não deveria ter saído, e sim o Luciano. E para finalizar a grande noite, aos 43 do segundo tempo, entra Pablo no lugar do Allan.

Pedro mostrou para nosso técnico que precisamos de um camisa 9. A jogada do gol dele é necessária e vai ajudar muito o time, um cara ali dentro que saiba fazer gol. Já devia ter testado o João Paulo mais vezes, quando não tinha o Pedro. Agora, aos 43 tentar uma substituição salvadora? Diniz foi jogador, será que ele acha que em 5 ou 6 minutos um jogador frio vai fazer a diferença? Nas CNTPs não vai, só se der uma sorte danada.

Batendo na mesma tecla sempre. Diniz precisa reavaliar seus conceitos de futebol. Não dá para estabelecer um jeito único de jogar e manter a qualquer custo isso. Matéria do Globoesporte.com hoje: “ Sampaoli planeja sufoco no Flu e vence…” , “ Técnico coloca até meio time na frente para marcar o rival!”. E foi isso mesmo que o Santos fez, principalmente segundo tempo inteiro. Amigos, com 5 adversários no seu campo de defesa, cada um pegando um, não dá para forçar um bobinho na zona de alerta, como o Sampaoli gosta de chamar o terço defensivo. É preciso ultrapassar essa zona, para chegar na zona de conforto (meio do campo) e atingir o objetivo do velho esporte bretão, na zona de definição (ataque). Não é que não dá para sair jogando nunca, óbvio que não é isso, é saber a hora que tem a condição de sair tocando e a hora que deve esticar esse passe para “brincar de bobinho” numa zona mais tranquila, onde perder a bola, não causará tantos danos assim. Cena do final do primeiro tempo: Bruno Silva tenta sair jogando e recebe falta, ali pela lateral direita. Time do Santos tem 5 marcando nossos defensores para não receberem esse passe. Bruno Silva dá no Allan mesmo marcado, que devolve para o mesmo que, essa hora, já está marcado também, que recua pro Nino, marcado também, que perde a bola e vai conseguir joga-la com carrinho para lateral, lá na bandeirinha de corner. É razoável forçar essa saída com os caras colados em nossos jogadores? Se tem 5 do Santos aqui atrás, sobram poucos lá na frente para marcar nossos atacantes. Com a bola parada, olhando o jogo, não seria melhor lançar a bola no Yoni por exemplo, para ele segurar e fazermos esse bobinho lá na frente?

Diniz não tem plano B. É sair jogando ou sair jogando, não importa se o adversário coloque 10 jogadores no nosso campo, fechando 99% dos espaços, ele vai querer sair tocando. Diniz foi até a página dois do estilo Guardiola, precisa evoluir rapidamente, treinar alternativas, treinar opções de outros jogadores para que possam entrar e satisfazer as necessidades do treinador, precisa abrir a cabeça. São sempre erros infantis dos atletas que trazem a derrota, segundo ele. Talvez ele ainda não percebeu que o Bruno Silva comete erros infantis, é do jogador, isso não vai mudar e Diniz vai morrer abraçado com ele.

Toque curto:

–  Bela atuação do Rodolfo ontem, evitou uma goleada que se desenhava no segundo tempo.

– Porque Bruno Silva e Luciano não saem do time nunca? O que fazem de bom atualmente?

– As críticas ao Diniz precisam acontecer. O Técnico hoje se sente no direito de errar três vezes seguidas em três derrotas e não fazer a mea-culpa. Tem que ser cobrado para poder rever suas ideias e evoluir. Até para o bem dele.

– Apesar das criticas seguidas, Diniz deve permanecer. Sua coragem e estilo de jogo podem fazer um Fluminense diferente, mas acho que ele precisa escutar alguém. Ainda é muito cru. Se continuar teimoso assim, vai acabar saindo, porque o Brasileirão não perdoa.

– Não vejo como responsável pelas derrotas, mas a arbitragem vem prejudicando o Fluminense nesses dois jogos. Ontem foi pênalti claro no final do primeiro tempo.

SDT