SOB A LUZ DO REFLETOR – Não Foi por Falta de Aviso

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Depois do primeiro jogo da final do Carioca, bem disputado, onde fizemos um primeiro tempo ruim e um bom segundo tempo, a carruagem desandou na terça, contra o Junior Barranquila em casa. Essa coluna já se tornou repetitiva pois há semanas bate na mesma tecla e chama a atenção para os problemas gravíssimos que a equipe do Roger tem. Aos poucos essas observações, que até então ficavam na mídia especializada em Fluminense, se tornou clichê nas mídias esportivas gerais, de tão óbvio que é. Pois é, parece que só o Roger não percebeu ainda.

Flu mais uma vez foi dominado. Jogando fora de casa é normal e até estratégico, recuar para sair nos contra ataques, marcar em bloco baixo, como chamam os “Tites” por aí. Mas não foi o caso, até porque se tentava marcar mais na frente, porém nosso time não está nem treinado e nem tem os atletas certos para tal. O pior é que qualquer técnico adversário, por pior que seja, já percebeu que se adiantar a marcação contra a gente, não temos saída de bola. Não se tem, de novo, treinamento para essa saída na pressão adversária.

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O Flu tem um meio de campo espaçado, seja na marcação ou seja na saída de bola. Os pontas são auxiliares dos laterais, o meio armador é auxiliar do Fred e sobra para Martinelli e Yago, tanto para proteger a zaga quanto para sair com a bola. É incrível como perdemos o que tínhamos de melhor no final da temporada passada: Forte marcação sem dar espaços ao adversário e sofrendo pouco atrás.

Voltemos um pouco. Odair fez um Flu competitivo que não tinha nenhuma pretensão de gol, zero objetivo de fazer o gol, mas se empenhava em ficar com a bola, ainda que para atrasar ao goleiro e esse dá um bicão para frente. Cobrávamos insistentemente toque de bola mais objetivo, mais finalizações para o gol, um time mais ofensivo. Chegou o Marcão, se enrolou no início, mas conseguiu manter o que Odair tinha feito e até evoluiu um pouco. Mas o sistema de jogo era o mesmo: Marcação forte, embola o meio e tentativa de posse de bola sem se arriscar muito. Não vamos levar gol e vamos achar um.

Roger adentrou ao gramado. Fez seus testes, subiu uma molecada boa de bola, recebeu alguns bons reforços encorpando o elenco. Time aberto, sem proteção para a zaga, sem saída de bola, mas muito mais objetivo, perdendo a bola rápido, o que resultou em uma posse de bola ridícula.

Vitórias jogando mal, domínio sempre do adversário e alguns empates heroicos. Tudo isso cegou nosso professor que não conseguiu enxergar o óbvio. Nosso técnico troca seis por meia dúzia sempre, não existe nenhuma variação tática. Sacrifica nossos velocistas, que precisam ser trocados todo jogo, porque não aguentam e sobrecarrega nossos dois volantes, que sim, sabem jogar. Quem não se lembra do Yago tentando dar dois lançamentos (pelo menos 2) estilo Gerson, da nossa intermediária para quina da área adversária? Será que ele achou que iria acertar mesmo ou não tinha opção e pressionado arriscou? Quantas vezes vimos o Nino ou Martinelli, sair carregando a bola por meio dos adversários, porque não tinha opção de passe na nossa saída de bola? Quantas vezes viram uma movimentação, comum em grandes times, com a zaga abrindo para os volantes e armadores pegarem a bola na nossa intermediária e saírem tocando na pressão adversária?  Os sintomas estão todos a vista, só falta diagnosticar e remediar.

Não foi falta de aviso. O falso 4 3 3 implantado não está dando certo. As peças não funcionam. Ganhamos sim jogos importantes, empatamos outros, mas sempre porque tivemos algo perto de 100% de aproveitamento nas oportunidades criadas e o adversário fracassou nas deles. O jogo contra o Santa Fé no primeiro tempo, foi um massacre colombiano. A portuguesa teve mais posse que a gente nos dois jogos, alias qualquer um tem mais posse que a gente. Contra o Junior foi o contrário. Perdemos nossas chances, 3 se eu não estou enganado, e os caras fizeram as deles. Resultado foi catastrófico, com Libertadores não se brinca.

Não é difícil vermos times que jogam ofensivos, mudarem seus esquemas e titulares, para se tornarem mais competitivos em jogos maiores, em jogos decisivos. Brasil em 2002 sacou Juninho paulista para Kleberson, Argentina em 2014 iniciou com um trio de atacantes: Messi, Di Maria e Higuaín e no meio do caminho entrou com Lavezzi fechando o meio (Di Maria machucou, ok, mas a nova formação chegou até a final), PSG esse ano contra o Bayer, não trocou ninguém, mas soube recuar para sair nos contra ataques. É normal analisar jogo a jogo, ter humildade em perceber as dificuldades que vai enfrentar e fazer as alterações devidas. É óbvio que o Fluminense precisa fechar mais esse meio e aproximar mais seus jogadores. Nem que para isso precise trocar uma peça ou outra.

Cazares no lugar do Nenê ajuda. Não apareceu muito no jogo, mas de primeira já meteu o kayky na cara do gol e tem a vantagem de descer até o meio, ou antes, para pegar a bola, melhorando nossa saída mal treinada. Mas não é o suficiente, porque não soma na marcação pressão, acompanhando Fred no passeio pelo campo e continuamos com dois atacantes de auxiliar de lateral.

Roger está tendo 3 a 4 dias para escolher a estratégia certa para a final do Carioca, que passou a ser prioridade. Sim, porque a missão na Liberta ficou difícil e temos que ser racionais: O Título é um sonho distante. O Fla não pode ter os espaços que teve no primeiro tempo nem os espaços que teve o Junior Barranquila, será suicídio permitir.

Estamos descansados e temos que ir para jogar até a última gota de sangue e suor no sábado. Terça a gente conversa na segunda, após comemorar o título carioca no Domingo.

Toque Curto:

  • Não pode dar mole na Liberta. Entramos sem vontade ou cansados. Perdemos gols e demos espaços. Da chance de primeiro lugar, o que ajudaria muito na próxima fase, estamos com uma missão dificílima para classificar. Como disse meu colega do SDT, Mario Neto: “Do Céu ao Inferno!”
  • Esquece o 4 3 3 Roger, entra com mais um volante, solta mais um garoto, protege a casinha e aproveita as costas da fraca defesa dos caras.
  • O ditado diz que sempre se aprende nas derrotas e que as vitórias mascaram nossos defeitos. Precisa dizer mais?
  • Callegari mal, Kayke se enrolou e Luis Henrique displicente. A Molecada vai amadurecer, mas precisamos deles agora. Então saiam do colo da mamãe e vamos jogar bola. A oportunidade de ser campeão em um grande clube e de avançar de fase em um grupo muito difícil é agora. Não deixem ela passar. Marca a carreira e gera prestígio.
  • Em 4 dias precisamos ganhar dos 2 melhores times da América no momento. É nessas horas que o Flu cresce.

SDT


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5 thoughts on “SOB A LUZ DO REFLETOR – Não Foi por Falta de Aviso

  • 21/05/2021 em 15:17
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    Muito boa a observação, e as análises
    Sugestões conceituais procedentes, devem ser aprofundadas pelos gestores técnicos da equipe
    Parabéns vamos em frente FLUSÃO
    🇮🇹🇮🇹🇮🇹🇮🇹🇮🇹🇮🇹🇮🇹🇮🇹🤣🤣👏👏🙏🙏🇮🇹🇮🇹

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  • 21/05/2021 em 15:38
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    A melhor análise que li. Estou desanimado, mas pra nós não existe impossível. ST.

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  • 22/05/2021 em 02:03
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    Precisamos de um técnico que entenda o FLUMINENSE como Clube que necessita priorizar a base e a partir dessa constatação passe a observar melhor as equipes sub-20.
    Não é possível que a Diretoria ainda não tenha enxergado que Roger não é o mais indicado, acredito muito em Thiago Larghi, treinou o galeto mineiro com sucesso, não teve continuidade por conta de exigir profissionalismo de alguns “cascudos” e acabou fritado, mas tem concepções modernas de futebol intenso e bem jogado.
    Quanto aos garotos é visível que a transição se deu em meio a um incêndio sem pausa para recarregar os extintores.
    FLUMINENSE 2 x 1 framengo, com direito a muito sofrimento até o fim.

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