SOB A LUZ DO REFLETOR – Quando a Ficha Vai Cair?

Carioca segue firme. Jogos em horários loucos, transmissões horrorosas e gramados impraticáveis. É o que esse campeonato oferece aos torcedores. Na caso do nosso Fluminense, ele está servindo para algumas conclusões. Não que precisássemos desse campeonato, que outrora era a sensação do Brasil, para entender algumas situações, mas ele está desenhando para quem não queria enxergar.

Primeiramente a mudança de treinador. Não acho justo avaliar o Roger ainda, mesmo que tenha feito algumas loucuras nesses poucos jogos, fica claro que está  conhecendo o elenco e, principalmente, os meninos da base. Mas paramos para refletir: O Fluminense o contratou sem saber qual fase entraria na Libertadores, se o time ainda não está pronto agora, se ele ainda não conseguiu conhecer todo elenco, se ainda faz testes, imagina se não tivéssemos entrado na fase de grupos? Poderia ser uma tragédia.

Roger foi contratado e pegou um time escalado pelo Marcão, jogando como Marcão treinou e como os jogadores entendiam o esquema do Marcão….que por sinal, fez poucas mudanças do seu antecessor Odair. Está na cara que o Roger está querendo algo diferente. Mesmo repetindo o time titular, quando teve os atletas disponíveis, não repetiu o esquema tático e o jeito de jogar. Pode até ser para melhor, a mudança de estilo, mas requer tempo e não sei se o Flu tem.

Em segundo lugar, é preciso analisar sem emoção, o nosso elenco atual. Fizemos sim um campeonato surpreendente. Tivemos sequencias maravilhosas, jogos consistentes, competitivos, mas nunca realmente voando. Apenas mantivemos um padrão de competitividade alto e contamos com uma produção excelente de alguns atletas, inclusive da base, como: Marcos Felipe, Calegari, Lucas Claro, Martinelli, Yago e a ajuda significativa dos veteranos Nenê e Fred. Mas será que esses caras conseguem manter o padrão? Será que será sempre assim ou foi uma boa onda de atuações acima da média de todos eles?

O fato é que nosso elenco é fraco para o patamar alcançado. Não dá para se iludir e acredito que esse campeonatinho esteja confirmando isso para aqueles que sonhavam em ver o Flu atuar em alto nível numa Libertadores da América, com esse elenco. Essa é hora de fazer como em 2008: Obrigado pela ajuda na Copa do Brasil, Adriano Magrão, mas vamos dispensa-lo. Vamos trazer Washington Coração Valente, Dodô, Leandro (acabou não vingando)…Independente da condição financeira, não dá para ficar grato com Hudson, com Nenê, com Luca, com Egídio e achar que por terem nos levado a Libertadores, conseguirão manter o nível alto por lá. NÃO VÃO CONSEGUIR! O Flu precisa claramente de reforços, urgente.

O que vemos nos jogos desse campeonato Carioca é um time cansado, aberto e pouco criativo. Aí nosso treinador, meio perdido ainda, faltando por volta de 15 dias para estreia na Liberta, começa a colocar os garotos da base. O time ganha em velocidade e consegue criar, mas esbarra no óbvio: A molecada está ainda muito crua. Um drible a mais, uma prendida de bola exagerada, um chute precipitado….Até o Luís Henrique, que já joga desde o ano passado no time titular, ainda comete esses erros, imagina um garoto que acabou de subir?

Resumo da ópera: O Flu não está pronto. O time que ganhou a vaga não vai conseguir competir em alto nível no patamar alcançado e os garotos ainda precisam de tempo. Será que a ficha não caiu? Era para termos perdido do Vasco, com um time todo novo, com nível de série B e sem o menor entrosamento. Vai cair quando essa ficha? Quem sabe depois da estreia na Libertadores….

O maior problema é que, quem ainda não entendeu é quem decide no Fluminense. Se eu tivesse falando para uma meia dúzia de torcedores, essa questão não seria tão grave assim. Só nos resta torcer e continuar tentando abrir os olhos dos responsáveis para que um dia a ficha realmente caia.

Toque Curto:

• Roger está tentando claramente um jogo mais rápido e ofensivo. Falta é o material humano. As vezes o segredo é armar seu time com as características que os jogadores tem. Não que eu concorde com o jogo mais seguro e burocrático, mas teve resultado…e deve ter sido por isso! Ou os reforços chegam, ou ele vai acabar colocando um terceiro volante no time.
• Com todo respeito a toda carreira desses brilhantes jogadores, mas Nenê e Fred juntos, perdendo as bolas pelo meio que eles perdem, caindo de bobeira no chão…mostram que sim, a idade pesa. Temos que ser inteligentes em usa-los e não é os deixando até os 30 do segundo tempo juntos em campo.
• Uma coisa o Frazan não pode reclamar: falta de oportunidade. Obrigado pela tentativa, não deu!
• A garotada da base precisa entender rapidamente que estão jogando no profissional. Não cabe mais, pelo menos ainda, esse exagero de dribles sem concluir as jogadas. Os zagueiros são mais fortes, mais rápidos e mais malandros. Adaptação e tempo são necessários.

SDT